Futebol e respeito hipócrita no século XXI

Postado por Aline Naomi in , , , , , ,

Com certeza você viu o caso do Emerson Sheik, jogador do Corinthians que deu um selinho no amigo e postou a foto no Instagram. Caso você tenha ficado preso em uma caverna na Eslováquia nessa última semana, clique aqui


O assunto, é claro, deu margem a várias discussões pertinentes. 
Apesar de não ser homossexual, a atitude de Sheik despertou os espíritos homofóbicos da torcida corintiana. Algumas placas ofensivas ao jogador mostram o que já não é novidade para ninguém: a homossexualidade ainda não é respeitada.





E antes que os anti-corintianos de plantão disparem um "é, tinha que ser corintiano!", saibam que esse preconceito não é exclusividade dos torcedores.
Existem pessoas que são abertamente contra a homossexualidade, e não negam que, se pudessem, exterminariam todos os gays da face da terra. Contudo, existem pessoas que, apesar dizerem respeitar essa orientação, têm em seu discurso um preconceito arraigado.
Quantas vezes você não escutou declarações como "respeito os gays, contanto que eles fiquem longe de mim", "respeito os gays, contanto que eles não sejam da minha família", "querendo ou não, eu respeito os gays"? Existe um preconceito muito grande nessas frases. Isso não é o respeito ao próximo porque ele é igual a mim, independente da opção sexual, raça ou condição social, é um respeito obrigado, daqueles que você tem que ter, se não pega mal na frente dos outros.
É isso que eu entendo quando Valder diz não precisar do respeito da pastora com a qual ele discute no vídeo abaixo, de um episódio muito interessante do programa A Liga.

Aos 4:45, a pastora dispara "Querendo ou não, eu respeito os homossexuais", gerando desconforto em Valder.

Fico extremamente incomodada quando ouço dizer que os homossexuais estão tentando impor uma ditadura gay. Creio que o que eles querem é serem respeitados de verdade, do jeito que são, sem os olhares tortos dirigidos a dois homens que andam de mãos dadas, ou ainda, por uma demonstração de carinho postada em uma rede social. Se todas essas atitudes são normais para casais heterossexuais, por que os gays não podem fazer o mesmo? Só por que você não gosta e não acha legal?

Briga lá com o Obama, então.

Das faixas mostradas pelos corintianos, a segunda é a que mais me incomoda. "Aqui é lugar de homem." Isso só mostra como existem pessoas extremamente ultrapassadas que consideram o futebol um esporte exclusivo dos homens, mas não de qualquer homem, mas dos machos. Homem que não gosta de futebol muito provavelmente é gay.
Eu, particularmente, não gosto de futebol. Para mim, é muito massante ver um monte de homens correndo atrás de uma bola. Contudo, quando tem as Olimpíadas, na qual eu tenho a oportunidade de ver o futebol feminino, eu fico mais entretida. Inclusive, conheço meninas que jogam futebol melhor que muito marmanjo que se considera o Neymar.

Se nos primórdios do futebol aqui no Brasil, o esporte era exclusividade das elites, sendo proibida a participação de negros, por exemplo, parece que sofremos um retrocesso. Hoje em dia é proibido você ser gay (ou, no caso, aparentar que seja) e jogador de futebol ao mesmo tempo. Pelo visto o século XXI não chegou na vida de algumas pessoas.


Aline Naomi

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